Pensamentos sobre David Foster Wallace e O Fim da Turnê

A primeira vez que li o nome de David Foster Wallace foi no conto do Chuck Palahniuk chamado Live Like You’re Dying publicado pela Men’s Health em que ele fala sobre suicídio, aniversário e autoestima.

Alguns anos depois a Companhia das Letras traduziu Infinite Jest para o Brasil com o título Graça Infinita e de repente em todas as livrarias víamos aquela caveira laranja, aquele livro bonitão, mas quase assustador pela quantidade de páginas. Os canais e pessoas dos livros que eu acompanho começaram a falar muito dele sendo que alguns leram e gostaram, muitos desistiram e outros exaltaram a genialidade do autor.

Não sou uma pessoa de calhamaços, mas ver o estado que as edições ficaram, o peso do livro e essas opiniões controvérsias me afastaram da ideia de ler Graça Infinita, mas por outro lado um autor que se matou em 2008 me atraiu de alguma forma e resolvi experimentar as palavras dele.

A narrativa do David é um caos, mas um caos compreensível. É uma conversa longa com uma pessoa muito animada para compartilhar algo que ela está empolgada ou questionando, tanto que na sua narrativa abrem-se parenteses, que no caso são chamados de notas de rodapé, porque aquele assunto lembrou outro que parece tão importante para compartilhar quanto a narrativa inicial em si.

Parece confuso, não é? Mais do que isso, parece viciante.

Eu tenho um medo de viciar em alguma escrita, emergir nela de tal forma que irá gerá um estranhamento para os livros que virão a seguir, por esse motivo evito emendar livros de autores assim. Sei que é uma mania que me impede de entregar-me completamente.

Assisti o filme O Fim da Turnê  no qual Jason Segel atua como DFW e Jesse Eisenberg atua como David Lipsky que foi o jornalista responsável por fazer o perfil do autor para a Rolling Stones em 1998  reavivou essa curiosidade pelo autor em mim.

No filme acompanhamos 4 dias do jornalista com o autor e já sabemos do seu suicídio, o que torna o filme mais triste porque ele é baseado nas gravações feitas menos de 10 anos e lá encontramos um sujeito estranho, solitário que depois da publicação do seu livro de mil páginas deixou de ser um simples professor para se tornar um grande autor de sucesso.

O perfil não chegou a ser publicado na época, mas dos acontecimentos o jornalist (e também escritor) publicou o conteúdo das gravações no livro Although of Course You End Up Becoming Yourself.

Jamais saberemos os motivos que levaram o autor se matar e falar sobre suicídio não é o foco do filme que aparece como a dramatização de um relato, sem muitos plot twists ele compartilha um pouco do que foi David Foster Wallace.

Por coincidência esse texto e essa minha vibe foi bem próximo dos 9 anos do suicídio do autor (12/09/2008) e Maria Popova do Brain Pickings compartilhou um texto muito bom sobre o autor e um livro que ele fala um pouco sobre escrita chamdo Quack This Way. 

 

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